Tarde Demais- por: Sofia Manduca Port
Entrei na sala e sentei-me na terceira cadeira da parede,
os outros vão normalmente para os seus lugares.
Quando estão todos sentados, entra na sala uma garota muito
linda, ela tinha os cabelos escuros, olhos azuis e um sorriso de tirar o
fôlego. Atras dela entra a diretora, anunciando que essa seria uma aluna nova
que veio de outra cidade. A professora (que já estava na sala) pede para ela se
sentar na quarta carteira da fileira do meio, pois era a unica vaga.
No dia seguinte tivemos um trabalho em dupla, resolvi fazer
com a garota nova, assim poderia conhece-la melhor.
Assim que a professora liberou, chamei a garota e perguntei
se poderia fazer o meu trabalho com ela, ela assentiu com a cabeça e deu um
leve sorriso. Levei minha carteira até a dela, nos apresentamos (descobri que o
nome dela era Larissa, que nome lindo...) e ficamos conversando até o sinal tocar.
Ela me contou que como era nova na cidade não conhecia quase nada, e pediu se
eu poderia mostrar a cidade para ela, eu disse que sim (obvio). Ficou marcado
para sábado à noite. Não era um encontro, era?
Chegando no dia marcado, fui até a praça para ver se ela já
tinha chegado, e la estava ela, com um shorts, uma blusinha branca e um tênis,
estava linda. Perguntei a ela o que ela queria ver primeiro, ela disse que
estava com fome, então levei ela até uma pizzaria, eu juro que nunca imaginei
que uma garota como ela comeria daquela maneira!
Quando ela já estava satisfeita passamos no cinema, ela
escolheu um filme de terror e no meio dele ela se assustou e colocou a cabeça no
meu peito, depois nos olhamos e ela me beijou.
Como já estava muito tarde acompanhei ela até em casa, no
caminho nossas mãos esbarravam umas nas outras, até que finalmente eu tomei uma
atitude e peguei a mão dela, ficamos assim ate chegarmos na sua casa.
Enquanto eu voltava para a minha, não conseguia parar de
pensar nela, naquele sorriso e naquele jeito doce que ela tinha. Sera que eu
estava realmente apaixonado?
Começamos a nos encontrar todo dia, íamos ao cinema, ao
shopping, à outras pizzarias (descobri que pizza era o que ela mais gostava),
ou apenas ficávamos andando até decidir um lugar.
Numa sexta feira, durante a aula, ela me jogou um
bilhetinho e nele ela pedia se eu estava livre a tarde pois ela tinha uma coisa
para me contar. Eu respondi com um aceno e ela abriu o maior sorriso que eu já
tinha visto.
Cheguei na praça (lugar inicial de todos nossos
"encontros"), e la estava ela novamente. Ao me aproximar,
cumprimentei ela com um beijo e sem me deixar falar nada ela começa a dizer que
desde que me viu pela primeira vez, já tinha sentido algo diferente por mim e
que a partir desse dia aquilo só aumentou. Ela estava apaixonada. ELA DISSE QUE
ME AMAVA! E sabe o que eu fiz? A maior besteira de todas. Eu disse que não
estava pronto para ter um relacionamento. Mas eu estava muito pronto, só que
aquilo nunca tinha acontecido comigo! Eu fiquei nervoso!
Ela começou a chorar muito, eu tentei abraça-la mas ela
recusou e pegou o caminho para a sua casa, eu tentei oferecer companhia (pois
eram dez horas da noite) mas ela não aceitou e continuou indo. Voltei para casa
e me joguei na cama, não consegui dormir direito pois só pensava no que eu
tinha feito.
Acordei as 7:00 horas, me arrumei o mais rápido que conseguia e
corri para a escola. Eu precisava me desculpar e falar que a amava.
O sinal bateu, passaram-se 5 minutos, 10, 30 horas e nada dela.
Alguns garotos que sentavam perto de mim falavam "que pena, ela era uma
garota tao bonita" ou "não acredito que ela se foi tao nova".
Meu coração disparou, perguntei a um deles o que estava acontecendo e ele me
respondeu que a
Larissa havia sido assaltada e ido a óbito perto das 10:30,
pois ela tentou se defender do assaltante. Nesse momento eu fui correndo para a
casa dela, sem me preocupar com meus materiais, ou o professor ou qualquer
outra coisa do tipo.
Ao chegar lá, eu toquei a campainha e a mãe dela abre a
porta, eu me identifiquei como um amigo da Larissa e pergunto se é verdade o
que me disseram, a mãe dela acena com a cabeça e começou a chorar, dei um
abraço nela e comecei a chorar junto.
Ela perguntou o meu nome e ao dizer à ela
se espanta e fala que tinha uma carta no quarto da Larissa com o meu nome. Ela
me entregou e eu voltei para casa.
Ao chegar, eu abri a carta e comecei a chorar logo na
primeira linha. Era uma declaração. Ela me amava muito, muito mesmo. Se eu
tivesse falado a verdade, falado que a amava, tudo seria diferente... TUDO!
Aluna: Sofia Manduca Port
E.B.M. Giuseppe Sette -
Concórdia - SC.
Fonte da imagem: http://www.osul.com.br/wp-content/uploads/2018/08/amor.jpg
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